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Por Uma Renovação Necessária na OAB: Um Olhar Além da XI de Agosto

Escrito por Luiz Carlos Leitão

Como advogado atuante no Paraná, tenho acompanhado de perto as dinâmicas e os desafios enfrentados pela nossa classe em todo o País. No próximo dia 22 de novembro, teremos a oportunidade de escolher os novos representantes da Ordem dos Advogados do Brasil, em suas diferentes esferas. Este momento é crucial para refletirmos sobre o caminho que desejamos para a advocacia no território brasileiro.

Importante destacar aqui, até para que se possa identificar meu raciocínio, que reconheço e valorizo o trabalho realizado por amigos e colegas que compõem esta chapa em nossa subseção. No entanto, é fundamental distinguir o apreço pessoal e o reconhecimento de esforços locais da análise crítica sobre a gestão da OAB em âmbito estadual e nacional e, imagino, a todo advogado que percebe ou percebeu o enfraquecimento de nossa Ordem como instituição, ao longo das últimas décadas, cabe uma reflexão fria sobre esta escalada que não vem bem e reflete o trabalho realizado por quem a frente da OAB está há muitos anos.

A chapa XI de Agosto, que leva o nome da emblemática data de fundação dos cursos jurídicos no Brasil, tem sido a responsável pela condução da OAB em nível Federal, Estadual e em minha cidade já há décadas. Muitos advogados compartilham a sensação de que a OAB, em sua presença institucional, está mal, tendo perdido seu poder de protagonismo e se tornado questionável em seu convívio institucional. Para aqueles que, por tradição, têm votado nesta chapa a nível de Estado, é um momento oportuno para repensar essa escolha, visando revitalizar a Ordem e restabelecer seu papel fundamental na sociedade e no sistema de justiça.

Ao longo dos anos, a gestão da chapa XI de Agosto, em níveis superiores da Ordem, demonstrou-se ineficiente e excessivamente politizada e, todos sabemos, que a predominância de uma única vertente política, independentemente de qual seja, não contribui para a pluralidade e o equilíbrio que uma instituição como a OAB deve perseguir. A advocacia, em sua essência, é diversa e multifacetada, e sua representação deve espelhar essa diversidade.

Diante disso, argumento que uma mudança na liderança da OAB, tanto no âmbito estadual quanto nacional, é não apenas desejável, mas necessária. Precisamos de uma gestão que transcenda as fronteiras políticas e que se dedique verdadeiramente à defesa dos interesses da advocacia como um todo. Uma gestão que promova a inclusão, a eficiência e a inovação, respeitando as tradições da nossa profissão, mas também olhando para o futuro.

Neste momento de escolha, opto por não mencionar meu voto nas disputas locais, especialmente considerando a ausência de uma chapa para o grupo “Pela Ordem 10”, o qual apoio no Estado. Esta decisão reflete minha convicção de que a renovação na gestão da OAB é fundamental e deve ser buscada mesmo quando as opções disponíveis não refletem integralmente nossas preferências ou ideais.

É hora de alternar grupos e ideias, de buscar uma renovação que possa trazer novos ares à OAB. A mudança proposta não é contra pessoas ou grupos específicos, mas a favor de uma Ordem mais representativa, eficaz e menos suscetível às influências político-partidárias.

Convido todos a refletirem sobre a importância de buscarmos, juntos, uma renovação na gestão da OAB, que possa verdadeiramente representar e defender a advocacia em sua mais ampla diversidade. Espero que este texto desperte apenas boas reflexões, gerando um ambiente de boa avaliação, consolidando a beleza do Estado Democrático de Direito, que, em sua essência, é sustentado pela atuação da Ordem dos Advogados do Brasil através de seus imprescindíveis componentes, os ADVOGADOS.