Artigos

Ações Urgentes são Necessárias

Escrito por Luiz Carlos Leitão

Será que estamos preparados pra aprender com as experiências que temos a oportunidade de vivenciar? O brasileiro vai tirar alguma lição depois que esta pandemia tiver sido controlada? Nossa liderança política e social está apta a tomar as melhores decisões em momentos de crise? Nossa sociedade é realmente solidária ou usamos o termo apenas para embelezar nossos discursos?

Esta situação deixará muitas perguntas a serem analisadas após sua superação, e a grande questão será descobrirmos se temos capacidade para definir as respostas.

Declarar a existência de uma pandemia nada mais é do que dizer que os esforços mundiais para conter a expansão do vírus falharam e que a epidemia, por hora, está totalmente fora de controle e que a referida doença infecciosa ameaça as pessoas ao redor do mundo simultaneamente.

Não dá pra relativizar também que o fato de estarmos diante de um novo vírus acaba gerando uma preocupação maior do que em ambiente normal, porque não se sabe exatamente como se comporta e o quão rapidamente o vírus pode sofrer mutações.

Diante de tudo que tenho lido, as pandemias são mais prováveis com vírus novos ou com aqueles que sofreram algum tipo de mutação genética, invariavelmente criada com ajuda humana. Desta forma, como não temos defesas naturais ou medicamentos e vacinas para nos proteger, estes vírus conseguem infectar um grande número de pessoas e se espalham facilmente e de maneira bastante sustentada.

Efetivamente, ao afirmar que estamos diante de uma pandemia, a Organização Mundial da Saúde sinaliza que é momento de se passar para uma fase de mitigação, ou seja, deixar de se concentrar na detecção de novos casos e adotar medidas para tratar os pacientes em estado mais grave, evitando assim, um grande número de mortes.

Segundo infectologistas e, dentro do que pude apurar com leituras um pouco mais aprofundadas sobre o tema, para a transmissão chegar ao fim se faz necessário um processo de imunização do hospedeiro, ou seja, quanto maior a circulação do vírus, mais pessoas passam a adquirir anticorpos contra ele, ficando imunes, fazendo com que o vírus, inevitavelmente, perca sua força.

Também, com um razoável aprofundamento nas leituras, através de especialistas, chega-se a conclusão que o que mais preocupa é a chegada do vírus a países com sistemas de saúde pública frágeis, com pouca capacidade de mobilização e com pequenos recursos, reduzindo assim a capacidade para lidar com um volume muito alto de doentes sob risco de vida chegando ao mesmo tempo nas UTIs, causando, inevitavelmente, um colapso no sistema de saúde pátrio.

Importante dimensionar a questão, pois, segundo especialistas, quem vai efetivamente necessitar de tratamento médico-hospitalar são idosos, acima de 60 anos, pessoas com comorbidades, ou seja, doenças pré-existentes como cardiovasculares, respiratórias, diabetes e portadores de imunidade muito baixa.

Não menos importante é a avaliação e certeza técnica de que uma economia combalida se torna responsável por um numero gigantesco de problemas sociais, levando também, a perda de vidas em médio e longo prazos. A renda é uma das variáveis mais fortes a afetar a saúde das pessoas. Os pobres, que já sofrem há gerações com taxas de mortalidade mais altas, serão os mais prejudicados, mesmo recebendo algum tipo de ajuda.

Hoje, com o desemprego se alastrando tão rapidamente quanto o vírus, alguns especialistas já começam a questionar se o que estamos fazendo com nossa gente e com a nossa economia, poderá resultar em consequências até piores que a própria doença, pois pequenas escolhas erradas podem ter grandes consequências.

A grande questão que fica é a de como podemos ser mais contundentes na resposta ao vírus de forma a manter a letalidade baixa e ao mesmo tempo permitir que as pessoas voltem ao trabalho o mais cedo possível e com segurança. O lockdown horizontal, necessário, na opinião de alguns, para conter a transmissão comunitária, pode não ser tão eficiente e ainda prejudicar a saúde de outras formas, custando vidas.

Em minha avaliação há três itens igualmente importantes que devem ser avaliados neste momento, o primeiro e mais importante seria salvar tantas vidas quanto possível, na sequencia garantir que o sistema de saúde não entre em colapso e, por fim, garantir que no processo de efetivação dos dois primeiros não destruamos nossa economia e, como resultado disso, deixar de poupar mais vidas ao longo do tempo.

Sob esta ótica, dentro naturalmente de minha avaliação pessoal e baseado nos informativos sérios espalhados pelos diversos meios de comunicação, acredito que os povos deveriam patrocinar uma mudança radical da estratégia de lockout horizontal, que restringe o movimento e o comércio de toda uma população, para uma ação mais pontual e inteligente, qual seja de lockout vertical. Isso focaria em investimentos maciços do Estado para proteger e isolar, urgentemente, os que correm maior risco de morrer ou sofrer danos de longo prazo e tratar o resto da sociedade basicamente como sempre lidamos com ameaças comuns de uma gripe severa.

Evidente que esta é uma opinião forte e contundente e, possivelmente gerará algumas confrontações, porém a argumentação não pode ser com frases prontas, chavões sem especificidade do tipo: “está mais preocupado com a economia do que com a vida das pessoas”. Isso é raso e não condiz com a realidade do meu pensamento. Creio que, para uma avaliação mais certeira e adequada do problema, seria fundamental se ler com profundidade as matérias, não apenas se pautar por manchetes.

De resto vamos tomar os cuidados necessários como: Lavar as mãos com frequência; não botar a mão na boca, no nariz ou nos olhos. É fundamental usar lenço na hora que tossir ou espirrar e jogar aquele papel fora na hora; não há evidências científicas de que as máscaras cirúrgicas sejam eficazes; manter hábitos saudáveis para fortalecer a imunidade. Ou seja, dormir a quantidade de horas certas para a sua idade, alimentar-se bem, manter-se hidratado, fazer exercícios físicos regularmente e tentar reduzir o estresse.

E, claro, se você tem uma gripe, evite o contato com outras pessoas, mas principalmente com idosos. Isso pode abrir caminho para uma infecção cruzada de dois vírus da gripe diferentes que vão sobrecarregar o sistema imunológico da pessoa.